domingo, 30 de dezembro de 2012

Ano Novo, Vida nova??


Ano Novo, vida nova, tudo novo! Não é? Eu acho que não. Nada muda com o decorrer de algumas horas que se passam soltando fogos, comendo e bebendo entre família e amigos e felicitando uns aos outros com mensagens mais do que manjadas. Sabe quando muda? Quando decidimos que tem que mudar. Não é o Ano Novo, não é a comemoração de mais um aniversário, não é alguém enchendo a sua cabeça dizendo que você tem mudar isso ou aquilo. É você, e somente você, que sabe quando muda!
Entretanto mudar é difícil "pacas" !!! Nossa, como é!!
Tomar uma atitude que vai mudar a nossa rotina e nos tirar da nossa zona de conforto nunca foi uma ideia agradável.
Mas é assim que tem que ser. É assim que caminhamos para frente, e as vezes também para trás. É tentando mudar as coisas, consertar o que está errado, ou melhorar o que ainda não está bom.
Por que estou escrevendo tudo isso? Está mais do que óbvio que é para mim mesmo, claro! De quebra pode servir para mais alguém, mas os ouvidos mais perto da minha boca são os meus mesmo. Sabe porquê digo isso? Porque há mais ou menos um ano atrás eu escrevia nesse mesmo Blog um texto sobre Mudança baseada em Atitude. Então fiquei pensando: O que eu mudei de lá para cá? Mudei algumas coisas, mas não o quanto eu gostaria. Ai pensei um pouco mais: O que ficou faltando? E descobri que as coisas que não mudei o quanto gostaria foram justamente as que mais me incomodam e as que mais vão me tirar da minha zona de conforto.
E é sempre assim. O que mais queremos, ou o que mais precisamos, está sempre no final da estrada que nos leva pelo caminho mais difícil.
É preciso criar coragem e encarar o fato de que se queremos mesmo algo novo, precisamos mudar velhos hábitos e concepções. E isso não precisa ser feito a partir de 1o de Janeiro. Pode ser feito agora! Talvez, DEVA ser feito agora. Mas se a coragem não tiver chegado ainda, então melhor nos prepararmos e por uma data mesmo.
O importante é que temos que ter claro "O QUÊ QUEREMOS" e "O QUÊ DEVEMOS" fazer no próximo ano. Depois é só dar o primeiro passo. Uma vez ouvi que o segredo para começar a fazer caminhadas rotineiramente é, antes de qualquer coisa, colocarmos o tênis. Sim, isso mesmo, colocarmos o tênis. Porque depois que você os coloca, fica com vergonha de tira-los sem ter ido caminhar nem que seja um pouquinho. Parece bobo, mas faz sentido.
Pois bem, então vamos lá: O que você quer mudar em 2013? Por que? Quando começa? Quem vai te ajudar? "Bora" traçar essas metas e por em prática o quanto antes. E já vamos deixar combinado: No ano que vem, nessa mesma época, a gente volta aqui no Blog e conta os resultados. Combinado?
E para não perder o costume, quero aproveitar para desejar a todos um Feliz Ano Novo! rssss
Um ano que reflita muitas mudanças, se não muitas, pelo menos mudanças essenciais, daquelas que a gente conta para o resto da vida.
Que seja um ano abençoado por Deus, como todos os anos devem ser!

Andre Torrieri


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O tempo passa, o tempo voa ....


Esses dias estava admirando como a Isabelle se desenvolveu, e continua se desenvolvendo, com o passar dos dias. Peguei ela "mexendo" no meu Tablet, mais especificamente na aplicação que exibe filmes do Youtube. Ela pede para mãe digitar "Galinha Pintadinha" e uma lista de vídeos aparecem do lado direito. Depois disso ela fica por conta, escolhendo os que quer assistir e mudando de um vídeo para o outro. Impressionante! Com apenas três aninhos já consegue se virar com uma "geringonça" que meu pai e minha mãe nem se atrevem a segurar nas mãos. Como essas crianças evoluem! Como deixam para trás velhos conceitos ou barreiras e seguem em frente, para as coisas novas do mundo.
Quando comparamos crianças ao longo das gerações percebemos que cada vez mais elas já vem preparadas para o que terão pela frente. Aos pais cabe apenas o direcionamento correto. Boa instrução e a noção do que é certo ou errado. O resto, eles se viram muito bem.
Ainda esses dias ela me "questionava" dizendo: "...mas pai, isso não é justo..eu tinha ligado a TV primeiro.." Como pode uma coisa dessas?! Até onde eu me lembro, eu fui dizer algo parecido com isso para o meu pai quando eu tinha uns 13 anos! Mas ao mesmo tempo em que me espanto, também me orgulho. Sinto um grande orgulho por ver que minha filha pode, e vai, ir muito além do que eu fui. Ela já se prepara, ainda sem saber, para os grandes desafios dessa vida. E para nós - pai e mãe - cada vitória, cada passo dado de um filho ou uma filha é também uma vitória nossa. Que grande prazer é ver um feito - grande ou pequeno - daquele(a) que você segurou nos braços ainda bebê e que agora já faz os primeiros ensaios para viver as coisas da vida! Isso nos traz novas motivações, força para querer prover a esses pequeninos, as vezes nem tão pequeninos diga-se de passagem, todas as possibilidades para que possam se preparar da melhor forma para as lutas do dia-a-dia. O papel de pai e mãe está muito além de ser mero provedor de casa e comida, também é responsável pelo caráter, e boa índole desse ser que se desenvolve. Mas sempre é bom não nos esquecermos que não somos donos de seus destinos. Somos apenas conselheiros fiéis. Não devemos fazer com que os filhos vivam a vida que nós gostaríamos de termos vivido. A eles cabe essa decisão. A nós, pais e mães, cabe a responsabilidade de ajudá-los a decidir bem, com franqueza e sinceridade de coração. Que eles mesmos decidam! Quem eles mesmos chorem e sorriam as suas derrotas e a suas vitórias. Que tenham a certeza de sempre poderem contar conosco!
A nós cabe um grande desafio também: Sermos abertos as coisas novas, sempre com muita coerência e respeito pelos valores que acreditamos. Percebo que o que é novidade hoje para mim - um Tablet - para a Isabelle não passa de mais um "bicho eletrônico" que quando ela crescer vai pertencer ao fundo do baú. Talvez ela olhe essa foto ai em cima e comente com uma amiga :...credo, olha o tamanho do Tablet que o meu pai tinha..." e deem risada disso. Muita coisa ainda vai mudar e queremos - tanto eu quanto a Lídia - estarmos preparados para ajuda-la nas escolhas. Eu disse bem: AJUDÁ-LA, e não decidir por ela.

Que ela continue assim, crescendo e se desenvolvendo. Enchendo de orgulho a Lídia e eu.

Andre Torrieri




segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Já ouviu falar em "Maria vai com as outras" ?


Nietzsche, reconhecido filósofo alemão, afirmava que "Correntes fortes arrastam consigo muitas pedras e arbustos; Espíritos fortes, muitas cabeças tolas e confusas” e acredito que no auge da sua soberba e profundo estudo do ser-humano ele estava certo!

Já não me espanto mais na capacidade do ser-humano em não conseguir pensar pela sua própria cabeça e deixar-se levar pela lógica alheia. Incrível como isso acontece tantas vezes durante o nosso dia-a-dia e, sem perceber, muitas vezes não nos damos conta de que estamos sendo "pedra" e "arbusto" nesse mundo.

A sabedoria popular chama "carinhosamente" aqueles que assim se comportam de "Maria vai com as outras". Bom, por que "Maria" eu não seu explicar. Poderia ser "Joana", "Isabel", "Rute", sei la...realmente não consigo pensar em nenhuma explicação óbvia para escolherem "Maria". Mas desde quando a "sabedoria popular" tem que dar satisfação para alguém, não é verdade? Mas o "vai com as outras" é que é o foco do meu pensamento. "Vai com as outras" porque não é capaz de ir por si mesma, porque precisa que alguém a carregue no colo, ou melhor, na cabeça, já que não consegue sustentar a própria opinião ou ideia.

Falta-nos muitas vezes a capacidade de agirmos como autor e ator de nossas vidas. Preferimos, as vezes inconscientemente, ser apenas atores e deixar que outros escrevam aquilo que devemos falar e interpretar. É mais fácil. É mais cômodo. E proporcionalmente mais perigoso. Quando agimos segundo a ideia de alguém corremos um sério risco de não sermos autênticos, de não sermos quem realmente deveríamos ser, e passamos apenas a representar como num teatro de fantoches. E aí eu pergunto: Quando acordarmos, e uma hora isso acaba acontecendo, qual será o resultado? O que significa para um homem ou mulher descobrir que algumas vezes foi usado(a) para dizer ou fazer algo em nome de outrem?

Pense bem nesse momento e responda para você mesmo agora: Cite dois "Espíritos fortes" na sua vida. Dois nomes que para você fazem a diferença. E o Espírito aqui tratam-se de pessoas (só para esclarecer, afinal estamos falando de Nietzsche)  que estão bem próximas de você. Será que em algum momento você se deixou influenciar e acabou deixando de lado uma ideia, ou pior, abraçando uma ideia, por causa desse "Espírito forte"? Em algum momento você foi "pedra" ou "arbusto" por causa de algum desses nomes que você citou? Pense bem.

É importante ouvir a opinião de outras pessoas, principalmente se elas podem ajudar com suas experiências e podem evitar que cometamos erros grosseiros, mas, em momento algum, devemos deixar de avaliar se quem está dando a opinião está falando em causa própria ou não. Parece estranho isso, mas não é. Legislar em causa própria é típico do ser-humano e quem melhor para escolher fazer isso do que com aqueles que não conseguem "sustentar sentado aquilo que falaram de pé"?!

John Dryden, um poeta do século XVII, dizia que o "Arrependimento é a virtude das mentes fracas". Portanto fica a dica aqui: Se você anda se arrependendo muito daquilo que fala ou faz, talvez você devesse procurar se afastar de "Espíritos fortes", pois eles estão te arrastando por caminhos que não são os seus.


André Torrieri

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Conhecimento que transforma

Você já parou para pensar o quanto de informação temos disponível hoje? E a facilidade de acesso a ela? Tão grande quanto! E informação leva, não raro, a Conhecimento. Hoje uma criança de 12 anos tem uma gama maior de conhecimento do que muito marmanjo na casa dos "enta" por aí. Mas o interessante é: Que conhecimento é esse? O que ele tem provocado nas novas gerações?

Sabemos que existem vários "tipos" de conhecimento, a saber:
O conhecimento científico, que é aquele comprovado por estudos específicos e dotado de grande estima pela maioria das pessoas;
O conhecimento empírico, que é aquele adquirido através da observação ou mesmo experiência de um fato sem necessariamente comprovarmos todos os elementos que compõe o fato;
O conhecimento popular, muitas vezes confundido com o conhecimento empírico, mas difere do mesmo no que diz respeito a forma como o mesmo acontece.
E muitos outros tipos.

Mas a grande pergunta é: O conhecimento de hoje tem conseguido transformar as pessoas?

Hoje sabemos "um pouco de tudo", porém sabemos com profundidade de pouquissímas coisas.
É um paradoxo: Saber de muito, porém pouco!

Faça um teste: Pense no conhecimento que você adquiriu nos últimos 3 ou 5 anos. Foi muito ou foi pouco? A tendência é todo mundo responder que foi MUITO! Claro, o ser humano tem dificuldade em admitir que passou 3 ou 5 anos da vida sem evoluir consideravelmente seu conhecimento, ainda mais num mundo com tanta informação como dizíamo logo atrás. Mas se foi muito, me diga, como isso transformou a sua vida? Quais as mudanças que foram provocadas (boas ou ruins) e como isso mudou também a direção do seu agir e pensar?

Continua considerando que foi muito? Ótimo! Porque o conhecimento só tem valor se ele transforma. Se ele não transforma, ele é inútil. Ele serve apenas para você "se gabar" e mostrar que " você sabe" para alguns poucos pobres coitados. Um conhecimento que não transforma é mais nocivo do que o "não saber", pois ele te impede de buscar coisas novas, novos ares ou novas experiências, afinal, você já sabe de tudo mesmo, por que se arriscar com aquilo que você acha que não vale a pena?

O conhecimento transformador te leva a algo novo. Faz de você um ser humano diferente.

Mas como chegar ao conhecimento transformador? Eu tenho uma pista que vou compartilhar:
Se deseja conhecer algo, conheça a fundo! Quanto mais profundo você conhecer "esse algo", mais vai gostar dele, ou mais vai odiá-lo. Não importa! É fato que se você ficar se informando "mais ou menos" sobre tudo você nunca vai chegar a conclusão nenhuma. Ou pior, vai cair na armadilha de achar que a conclusão do outro é a certa, como a daquele cara que eu citei ali atrás que gosta de "mostrar que sabe".

Duas coisas que nunca devíamos deixar de fazer: Conversar com os mais velhos e ler o que está "além da Internet". Perceba que a tal "geração Y" NÃO faz exatamente isso! Tente conversar com alguém da tal dita "geração Y" por mais de 30 minutos sobre um tema que não esteja correndo pelo Facebook, Twitter, e outros afins. É uma catástrofe! São poucos os que se salvam.

Um ponto importante a dizer, antes que alguém me diga é: O objetivo do POST não é afirmar que devemos saber muito de tudo. Isso é utópico! Quero com esse POST ressaltar a importância de conhecermos muito bem pelo menos aquilo que gostamos, ou que não gostamos, até para poder darmos ciência do nosso bem-querer ou mal-querer de algo.

Você só saberá se um conhecimento adquirido foi válido ou não quando ele mudar alguma coisa em você. Mas lembre-se, para isso, você vai precisar conhecer mais a fundo.

Seja você mesmo(a)! Transforme-SE. Conheça!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Religião e Politica não se discute! Não mesmo?

Acho que todo mundo já cansou de ouvir essa frase, não? "Religião e Política não se discute!". Eu pelo menos já ouvi uma centena de vezes, e algumas vezes, saiu da minha própria boca. Mas, se isso não se discute, o que temos para discutir? Se a Carminha vai se dar mal no final da novela? Ou o que rolou no programa Panico na TV do último domingo? Ou então, o assunto do momento: Se o Ronaldo fenômeno vai conseguir emagrecer?. Pelo menos esses eram os assuntos mais lidos/discutidos nos sites do UOL, TERRA e IG enquanto eu escrevo esse POST. Afinal, o que sobrou para 'discutirmos'?

Penso que o problema não esteja no objeto da discussão, mas sim, no objetivo desta. Se não vejamos: Quando resolvo discutir Politica ou Religião, parto do princípio que o que eu tenho a apresentar está correto, ou seja, é a minha concepção de verdade, logo, a opinião que vou expor está certa e minha 'missão' nesse caso é provar isso ao meu interlocutor, certo? ERRADO! Esse é o problema! Querer provar que está certo e, principalmente, não admitir que o outro pense diferente de você. Por isso acabamos 'batendo boca' e tornamos algo que era para ser saudável em algo desgastante e infrutífero. Depois acabamos discutindo apenas coisas sem nenhuma relevância, como os assuntos que eu citei lá em cima, porque isso não me perturba nas minhas certezas e não tenho que dar prova que estou certo ou errado.

Falta-nos a capacidade de respeitar a opinião do outro, por mais absurda que seja, e aproveitarmos o tempo que temos para expor as nossas próprias opiniões e crenças, sem que isso incorra necessariamente em ter que convencer o próximo que ele deva pensar do mesmo jeito que eu.

Note bem como, e isso falo me incluindo, quando estamos discutindo algo de maior relevância, chega um dado momento, em que nos preocupamos mais em dar cabo dos argumentos alheios do que em reforçarmos nossas bases ou popularmos melhor o nosso discurso com fatos ou algo concreto que valide nossa retórica. Torna-se um jogo onde vence quem ataca mais, ou derruba mais vezes o 'adversário'. Típico do ser humano em busca de auto-afirmação.

Mas por que falei tudo isso até agora? Vou discutir Religião ou Política com alguém aqui no Blog? Nãoooo! Nem poderia, pois quando criei o Blog criei junto uma regra que jamais utilizaria ele para rebater qualquer um que quisesse expor sua opinião aqui junto comigo, desde que o fizesse de forma respeitosa.

Digo tudo isso porque no próximo domingo vamos mais vez, a cada biênio, as urnas! E o que discutimos até agora para melhorar ou lapidar mais nossa opinião com relação aos Políticos ou a Política que aí está. 

A discussão é salutar. Ela é necessária, no mínimo, para que você possa concretizar aquilo que a sua mente carrega em forma de pensar. Discuta sim, mas não faça para provar ao outro sua opinião, mas para reforça-la a si mesmo. Fuja de pessoas que tentam, com poder de persuasão inato, e verborragia exacerbada, convencer você a todo custo que elas estão certas. Essas pessoas dificilmente vão lhe acrescentar algo de útil, em contrapartida, se aproxime de pessoas que demonstram saber o que estão falando e podem lhe apontar os caminhos que as levaram a escolher por esse ou aquele partido/candidato.

Hoje, quinta-feira, tem debate na EPTV Ribeirão. Você vai assistir? Com qual intuito? Analisar o pouco de proposta que é apresentada nesses 'embates públicos' ou meramente assistir ao espetáculo como se estivesse com um ingresso de Circo nas mãos? Comece exercitando sua própria consciência.

Mais importante ainda: VOTE! "Política é a arte de escolher o menos ruim". Você não vai escolher o melhor, pois isso é muito subjetivo. Mas vá lá no domingo e faça valer o seu DIREITO. Isso mesmo, Voto não é obrigação, é DIREITO.

Para finalizar: Discuta Política e Religião SIM! Mas só o faça se você estiver pronto a ouvir, e a pessoa que está conversando contigo também o esteja, caso contrário, realmente, é algo inútil.

BOA VOTAÇÃO!!

André Torrieri

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Você é a Favor ou Contra?

Esse semana o Brasil vivenciou uma profunda discussão sobre a legalização ou não do aborto de bebês anencéfalos. Já sabemos que o Supremo Tribunal aprovou por 8 votos a favor e 2 votos contra a legalização desse procedimento.

Acompanhamos uma verdadeira 'guerra', por assim dizer, entre aqueles que apoiavam a ideia versus aqueles que eram contra. Mas essa 'guerra', aos meus olhos, foi além da discussão da aprovação da lei. Notei que houve uma batalha, hora velada, hora escancarada, entre o time dos religiosos (católicos, evangélicos, budistas, etc) contra o time dos 'sem religião' (ateus, gnósticos, etc). Houve aí, por parte de muitos, uma mistura entre aquilo 'em que' realmente se acredita versus a oportunidade de confrontar aqueles que diferem de sua opnião particular. De onde veio essa minha percepção? Confesso que o termômetro que usei foi o Facebook. Nele tenho inumeras pessoas que não tenho contato nenhum, e faço questão de mantê-las lá, exatamente porque tenho a possibilidade de 'ouvir' e 'conhecer' ideias diferentes daqueles que convivo e converso (mesmo que virtual) diariamente.

Mas se isso for verdade, se realmente muitos se esqueceram do que realmente estavamos falando, e prenderam-se ao combate contra o time contrário, ou seja, o outro grupo que discorda da ideia deles, a pergunta é: Qual a consequência disso?

Bom, vejamos: Nesse caso em específico não mudaria muita coisa, pois quem decidiu no final das contas foram os 10 juízes que votaram. OK OK, você pode dizer : "Mas eles são majistrados e representam o povo". Discordo. Eles são a válvula de escape quando ninguém mais conseguiu resolver uma questão ou teve coragem para assumir a decisão. Lhes é imputada essa responsabilidade, mas nem por isso acredito que representam a vontade do povo ou da maioria.

Caminhando um pouco mais no raciocínio sobre qual a consequência disso, é interessante notar que se houvesse havido um plebiscito sobre a questão e fosse transferida para a população a responsabilidade da decisão, como muitos iriam dar o seu voto da mesma forma como fazem hoje ao eleger vereadores, prefeitos, etc, etc, ou seja, não haveria um bom exame de consciência sobre a responsabilidade daquilo que está sendo votado, e votariam apenas com base em critérios, por alguns tidos como racionais - ainda que de maneira torpe - mas pela maioria com base em interesses próprios, como num caso desse, pelo prazer de confrontar o lado oposto da questão.

Por que digo tudo isso? Porque o que foi votado, de maneira bem objetiva, é "Quem decide se os bebês devem viver ou morrer" e "Quando isso deve acontecer". De maneira bem objetiva é isso. Isso mesmo: "Posso ceifar essa vida ou não?". Eu entendo toda a questão até porque pesquisei bastante antes de escrever a respeito. Sei que as chances de vida desses bebês são minúsculas, praticamente zero. Vi o caso da menina de Patrocinio Paulista, interior de São Paulo, que viveu 1 ano e 4 meses e vi o de um menino que viveu apenas algumas horas.

Importante é entender o que de fato é o Aborto. Existem quatro tipos ou formas:
1) Aborto terapêutico ou Necessário: É aquele que é feito porque a gravidez põe em risco a vida da gestante;
2) Honoris causa, Honroso ou Moral: Consiste em abortar o feto por ser a gestação resultante de violação;
3) Eugénico ou Profilático: É o aborto feito quando o feto apresenta alguma anomalia grave;
4) Social: Aquele que é realizado por questão do controlo da natalidade.

Vamos nos ater ao terceiro que é onde ao meu ver se encaixa o caso que estamos discutindo:
Eugénico: Aborto realizado pela busca do melhoramento da raça, semelhante ao que os Nazistas utilizaram durante o holocausto;
Profilático: Aborto realizado para erradicação de alguma doença grave que coloque em risco demais pessoas;

Esclarecida essa primeira parte, pergunto a você: Qual dos dois tipos acima se encaixa o Aborto de bebês anencéfalos? O Profilático com certeza não é, pois os bebês não trazem consigo doença transmissível em virtude da anencefalia. Seria o Eugénico então? Melhoramento da Raça? Prefiro pensar que não! Então? Onde isso se encaixa? Poizé, fiquei sem essa resposta também.

Foi colocado em uma das argumentações dos ministros do Supremo que esses bebês tem a sua morte cerebral decretada já no diagnóstico da anencefalia, e que, por isso, não são seres humanos 'completos', e estão fadados a viver em estado vegetativo caso sobrevivam. Não há dúvida que é uma situação trágica essa, e que o sofrimento causado por isso é enorme aos pais, porém, ainda sim, temos que levar em conta que ali existe VIDA. Não importa o estado, se vegetativo ou não. É VIDA.

Sendo assim, o que podemos concluir nesse caso é que "o que foi votado" foi o sofrimento dos pais. Nada além disso. Sobre os bebês anencéfalos, que era para ser o centro de toda a discussão, coube apenas receber sua sentença - que será de morte na maioria das vezes, pois agora as mães que assim quiserem poderão fazê-lo dentro da lei.

Quando olhamos para um bebê recém nascido é difícil não enxergarmos toda a sua fragilidade e necessidade de proteção. Para tudo ele depende de alguém. Os bebês anencéfalos pedem - pela sua própria natureza - ainda mais proteção, mas o que vão receber de seus genitores, pois aqueles que optarem pelo aborto jamais serão seus pais, é um atestado de morte prematura.

Pensemos bem a respeito. Quem precisa de proteção? Quem pode tirar a vida? Quem pode devolvê-la caso haja um engano?

Abraços!

André Torrieri

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Sozinhos e Felizes.

Interessante a matéria que li no IG sobre o crescente número de pessoas que decidiram viverem sozinhas e serem totalmente independentes. Eu coloquei o link para a matéria no rodapé da página, depois se tiverem tempo deêm um corridinha de olhos.

A sinopse da matéria é "No mundo todo, nunca se viu tanta gente optar por viver sem companhia, porque será que isso acontece?". Em resumo fala que cada vez mais as pessoas decidem viver de forma independente e sem compahia para dividirem a casa, não significando com isso que são antisociais ou pessoas solitárias, pelo contrário,normalmente são pessoas bem relacionadas e que possuem um circulo de amizades bastante grande. Outro ponto que achei interessante foi da justificativa que a maioria coloca para essa opção de vida: O argumento em prol da soberania no próprio lar foi um dos mais recorrentes. Ao lado da garantia de liberdade, alinhavaram-se a flexibilidade e a possibilidade de viver as próprias escolhas.

Mas agora pensando entre nós, o que será que está realmente levando a humanidade a escolher viver assim? Talvez a resposta seja simples: Porque viver sozinho é mais fácil. Não ter que dividir com ninguém o seu espaço; Não ter que ficar aturando outra pessoa te dizendo como ela acha que tem que ser as coisas; Não ter que mudar, ou algumas vezes até abandonar, seus planos porque eles mudariam demais a vida das outras pessoas que vivem com você; etc;etc;
Eu poderia continuar dando um monte de outros exemplos de como viver sozinho é mais fácil. Mas eu prefiro dizer como viver em família é mais completo.

Dividir uma casa com alguém não significa muita coisa se você não compartilhar de valores comuns. Quando você passa a compartilhar valores uma casa torna-se um LAR. Aí você pode me dizer o seguinte: Peraí, para compartilhar valores não precisa morar junto. Concordo. Porém só quando moramos juntos é que enxergamos de verdade "o que" são esses valores na vida de cada um. Na vida do pai, da mãe, dos filhos e filhas.
Dentro do nosso lar mostramos quem realmente somos. Em que realmente acreditamos.
Se você opta por viver sozinho, talvez não queira dividir quem você realmente é com ninguém. Lembrando bem que isso não é necessariamente um defeito. Só uma característica do seu perfil.

Mas e então. Sabemos que viemos ao mundo sozinhos e vamos partir também sozinhos. O que era antes e o que será depois depende muito da fé que você professa, ou não professa. Mas nesse momento estamos discutindo o que essas pessoas viram na vida para decidirem passar esse tempo por aqui SOZINHAS.

Acredito firmemente que o primeiro passo para abandonar a vida solitária (ou sozinha) é querer muito que alguém faça parte da sua alegria. E das suas tristezas também. Ou seja, é tirar você do centro da sua vida. Estranho isso, mas é a verdade. Não é abandonar seus sonhos. É sonhar junto. Sonhar o seu sonho e o sonho de outras pessoas. Isso é difícil 'pra caramba'!!! Mas é o que tem que acontecer.

Esvaziar-se de si mesmo. E encher-se de algo maior, muito maior. Acha que consegue? Acha que vale a pena?

Outro ponto crucial que vejo nisso tudo vem da vida que tivemos quando criança. Como nossos pais cultivaram a importância de um LAR em nossas vidas. Isso é fundamental. Mas o interessante que algumas pessoas que conheço tiveram uma vida em família plena, mesmo assim decidiram viverem sozinhas. Por que? Eu também não tenho a resposta. Talvez alguma desilusão que viveram depois de adultas, não sei. Mas desejo profundamente que elas encontrem a resposta o quanto antes.

Mas sinceramente, e já para encerrar o POST, acho que o ponto mais importante para a escolha da vida em família é ter encontrado a pessoa certa para dividi-la com você. Somente a pessoa certa vai fazer uma casa tornar-se um lar. Pois com ela dividimos os mesmos valores e acima tudo: Somente pela pessoa certa estamos dispostos a esvaziar-se de nós mesmos para podermos sonhar junto.

Você encontrou a pessoa certa e tomou a decisão de formar uma família? Ótimo para você!
Você ainda não encontrou a pessoa certa mas está procurando? Estou torcendo por você!
Você já encontrou a pessoa certa mas não quer se arriscar? Azar o seu!
Você não encontrou a pessoa certa e também não quer se arriscar? Não tenho mais nada para te dizer.


Matéria no IG: Sozinhos e Felizes
Abraços!
André Torrieri

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Somos a favor do que é certo! Mas nem tanto...

Estamos vendo nas últimas semanas uma chuva de notícias pela Internet sobre o fechamento do site MegaUpload, que na verdade encabeça uma ação muito mais abrangente que trata em sua maior parte sobre o combate a pirataria. É claro que com isso muitas pessoas que antes usavam o site apenas para compartilhamento de conteúdo sem direitos autorais também sofreram as consequências das sanções.
Tenho acompanhado no Facebook alguns comentários sobre o caso e vi até um interessante que tinha a frase "Antes queimavam livros, agora fecham sites" ou alguma coisa assim. Também ouvi, ou li,  uma analogia com outra história que também conhecemos de longa data, que dizia que essa situação é parecida com o caso do traficante que primeiro vicia as pessoas na droga e depois quer começar a cobrar por elas.

Mas vamos lá: Pensando mais friamente sobre o assunto. É correto mesmo baixarmos conteúdo que alguém criou sem que essa pessoa nos dê a devida permissão? Será que isso não é semelhante a 'roubarmos' algo de alguém. Afinal, se a pessoa não me deu, e eu peguei sem que ela permita, trata-se de algo parecido, ou não?
Será que respondemos de verdade essa pergunta?

Hum, e se fossemos nós que tivéssemos criado algo tão fantástico que outras pessoas também quisessem possuir? Será que concordaríamos em conceder assim, sem criar caso?

Indo direto ao ponto: Isso é errado! E sabemos disso. Mas ficamos inventando um monte de histórias e justificativas para o incorreto. Do mesmo jeitinho que fazem os políticos que tanto criticamos.

Quando alguém faz algo fantástico e quer distribuir sem custo, faz como o Sr. Linus Torvalds fez. Se não sabe quem é esse cara, acesse esse link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Linus_Torvalds .
Ele deixou bem claro que não queria ganhar dinheiro com a sua criação. Quando isso não acontece, o certo é respeitarmos a vontade de quem criou e simplesmente pagar por aquilo.

Será que essa lógica não faz sentido mesmo? Ou faz sentido sim mas queremos fazer com que não faça?!!

Se o cara compõe música e quer vender, temos que pagar por ela;
Se o cara produz filmes e queremos assistir, temos que pagar para vê-los;
Se o cara abre uma empresa de TV por assinatura e queremos ter todos aqueles canais maravilhosos, temos que pagar por TODOS eles, e não só um pedacinho;
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e tantos outros exemplos que já sabemos.

Novamente: Sabemos a diferença entre o certo e errado. Mas só lembramos disso conforme nossa conveniência. É ou não é??

Defender sites como o MegaUpload é o mesmo que defender bandidos.
Se você é contra ações como essa que combatem a pirataria então você é a favor do que é certo, mas só um pouquinho. Ou seja, só até não mexer com você. Por que se mexer com você, então é errado.

A Internet abriu muitas fronteiras para compartilhamento de conteúdo que antes era altamente controlado, mas mesmo na era da Internet é possível ter acesso a material com conteúdo protegido por direitos autorias e ainda assim pagar a quantia exigida por ele. Não vou discutir aqui se a quantia é justa ou não, até porquê isso não iria mudar o nexo do que estou escrevendo, pois partindo do princípio que a quantia é injusta, então devemos obrigatoriamente protestar ou em último caso deixar de lado. Mas piraterar não. Isso não pode estar nos nossos planos.

Eu imagino que alguns de você devam estar muito bravos lendo esse POST, por que ele mexe diretamente com algumas pessoas. Mas eu tenho certeza que vocês vão refletir sobre isso e acabar concluindo que realmente conteúdo pirata é material roubado.

Eu fecho com uma frase muito interessante sobre ÉTICA:
"Ter ética é fazer a coisa certa, mesmo quando isso vai contra os seus interesses".

Abraços!!!