quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O tempo passa, o tempo voa ....


Esses dias estava admirando como a Isabelle se desenvolveu, e continua se desenvolvendo, com o passar dos dias. Peguei ela "mexendo" no meu Tablet, mais especificamente na aplicação que exibe filmes do Youtube. Ela pede para mãe digitar "Galinha Pintadinha" e uma lista de vídeos aparecem do lado direito. Depois disso ela fica por conta, escolhendo os que quer assistir e mudando de um vídeo para o outro. Impressionante! Com apenas três aninhos já consegue se virar com uma "geringonça" que meu pai e minha mãe nem se atrevem a segurar nas mãos. Como essas crianças evoluem! Como deixam para trás velhos conceitos ou barreiras e seguem em frente, para as coisas novas do mundo.
Quando comparamos crianças ao longo das gerações percebemos que cada vez mais elas já vem preparadas para o que terão pela frente. Aos pais cabe apenas o direcionamento correto. Boa instrução e a noção do que é certo ou errado. O resto, eles se viram muito bem.
Ainda esses dias ela me "questionava" dizendo: "...mas pai, isso não é justo..eu tinha ligado a TV primeiro.." Como pode uma coisa dessas?! Até onde eu me lembro, eu fui dizer algo parecido com isso para o meu pai quando eu tinha uns 13 anos! Mas ao mesmo tempo em que me espanto, também me orgulho. Sinto um grande orgulho por ver que minha filha pode, e vai, ir muito além do que eu fui. Ela já se prepara, ainda sem saber, para os grandes desafios dessa vida. E para nós - pai e mãe - cada vitória, cada passo dado de um filho ou uma filha é também uma vitória nossa. Que grande prazer é ver um feito - grande ou pequeno - daquele(a) que você segurou nos braços ainda bebê e que agora já faz os primeiros ensaios para viver as coisas da vida! Isso nos traz novas motivações, força para querer prover a esses pequeninos, as vezes nem tão pequeninos diga-se de passagem, todas as possibilidades para que possam se preparar da melhor forma para as lutas do dia-a-dia. O papel de pai e mãe está muito além de ser mero provedor de casa e comida, também é responsável pelo caráter, e boa índole desse ser que se desenvolve. Mas sempre é bom não nos esquecermos que não somos donos de seus destinos. Somos apenas conselheiros fiéis. Não devemos fazer com que os filhos vivam a vida que nós gostaríamos de termos vivido. A eles cabe essa decisão. A nós, pais e mães, cabe a responsabilidade de ajudá-los a decidir bem, com franqueza e sinceridade de coração. Que eles mesmos decidam! Quem eles mesmos chorem e sorriam as suas derrotas e a suas vitórias. Que tenham a certeza de sempre poderem contar conosco!
A nós cabe um grande desafio também: Sermos abertos as coisas novas, sempre com muita coerência e respeito pelos valores que acreditamos. Percebo que o que é novidade hoje para mim - um Tablet - para a Isabelle não passa de mais um "bicho eletrônico" que quando ela crescer vai pertencer ao fundo do baú. Talvez ela olhe essa foto ai em cima e comente com uma amiga :...credo, olha o tamanho do Tablet que o meu pai tinha..." e deem risada disso. Muita coisa ainda vai mudar e queremos - tanto eu quanto a Lídia - estarmos preparados para ajuda-la nas escolhas. Eu disse bem: AJUDÁ-LA, e não decidir por ela.

Que ela continue assim, crescendo e se desenvolvendo. Enchendo de orgulho a Lídia e eu.

Andre Torrieri




segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Já ouviu falar em "Maria vai com as outras" ?


Nietzsche, reconhecido filósofo alemão, afirmava que "Correntes fortes arrastam consigo muitas pedras e arbustos; Espíritos fortes, muitas cabeças tolas e confusas” e acredito que no auge da sua soberba e profundo estudo do ser-humano ele estava certo!

Já não me espanto mais na capacidade do ser-humano em não conseguir pensar pela sua própria cabeça e deixar-se levar pela lógica alheia. Incrível como isso acontece tantas vezes durante o nosso dia-a-dia e, sem perceber, muitas vezes não nos damos conta de que estamos sendo "pedra" e "arbusto" nesse mundo.

A sabedoria popular chama "carinhosamente" aqueles que assim se comportam de "Maria vai com as outras". Bom, por que "Maria" eu não seu explicar. Poderia ser "Joana", "Isabel", "Rute", sei la...realmente não consigo pensar em nenhuma explicação óbvia para escolherem "Maria". Mas desde quando a "sabedoria popular" tem que dar satisfação para alguém, não é verdade? Mas o "vai com as outras" é que é o foco do meu pensamento. "Vai com as outras" porque não é capaz de ir por si mesma, porque precisa que alguém a carregue no colo, ou melhor, na cabeça, já que não consegue sustentar a própria opinião ou ideia.

Falta-nos muitas vezes a capacidade de agirmos como autor e ator de nossas vidas. Preferimos, as vezes inconscientemente, ser apenas atores e deixar que outros escrevam aquilo que devemos falar e interpretar. É mais fácil. É mais cômodo. E proporcionalmente mais perigoso. Quando agimos segundo a ideia de alguém corremos um sério risco de não sermos autênticos, de não sermos quem realmente deveríamos ser, e passamos apenas a representar como num teatro de fantoches. E aí eu pergunto: Quando acordarmos, e uma hora isso acaba acontecendo, qual será o resultado? O que significa para um homem ou mulher descobrir que algumas vezes foi usado(a) para dizer ou fazer algo em nome de outrem?

Pense bem nesse momento e responda para você mesmo agora: Cite dois "Espíritos fortes" na sua vida. Dois nomes que para você fazem a diferença. E o Espírito aqui tratam-se de pessoas (só para esclarecer, afinal estamos falando de Nietzsche)  que estão bem próximas de você. Será que em algum momento você se deixou influenciar e acabou deixando de lado uma ideia, ou pior, abraçando uma ideia, por causa desse "Espírito forte"? Em algum momento você foi "pedra" ou "arbusto" por causa de algum desses nomes que você citou? Pense bem.

É importante ouvir a opinião de outras pessoas, principalmente se elas podem ajudar com suas experiências e podem evitar que cometamos erros grosseiros, mas, em momento algum, devemos deixar de avaliar se quem está dando a opinião está falando em causa própria ou não. Parece estranho isso, mas não é. Legislar em causa própria é típico do ser-humano e quem melhor para escolher fazer isso do que com aqueles que não conseguem "sustentar sentado aquilo que falaram de pé"?!

John Dryden, um poeta do século XVII, dizia que o "Arrependimento é a virtude das mentes fracas". Portanto fica a dica aqui: Se você anda se arrependendo muito daquilo que fala ou faz, talvez você devesse procurar se afastar de "Espíritos fortes", pois eles estão te arrastando por caminhos que não são os seus.


André Torrieri