sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Somos tão "bons" quanto achamos??!!

Vamos lá ... nossa primeira postagem...sem muitos rodeios vamos direto ao assunto:

Ontem (02/Dez/2010) era tarde da noite estava eu acompanhando meu irmão no Pronto Socorro Central de Ribeirão Preto. Fiquei lá fora por um tempo enquanto aguardavamos sermos chamados. É íncrivel a quantidade de pessoas que circulam por aquela região, principalmente andarilhos e moradores de rua. Alguns deles encontraram no portão central da recepção, do lado de fora é claro, um lugar para repousarem. Junto ao lixo que os próprios usuários do PS Central jogam indiscriminadamente no chão e na calçada, além dos morcegos - é isso mesmo! Morcegos! - que vivem nas árvores, eles descansam como se aquela calçada fosse o quarto de suas casas ou de uma pensão qualquer. Vendo aquilo comecei a pensar: Essas pessoas já tiveram família, pai, mãe, irmãos, talvez filhos...um dia foram bebês esperados e amados, e hoje encontram-se a margem da consciência das pessoas. Sim! a margem da consciência das pessoas, pois muitos - e eu me encaixo no meio deles - passam por ali, cruzam com eles, sem sequer terem consciência de que estão ali, como se fossem parte da paisagem. É triste, muito triste! Mas até agora o que eu disse não é novidade, certo? Certo!
Foi então que comecei a pensar ... comecei a pensar alto (tema do meu BLOG) ...Será que somos tão "bons" quanto achamos mesmo?! Será que nossa atividade de ajuda aos necessitados, daquelas que fazemos vez por outra, semanalmente, mensalmente ou a cada 2 anos - isso quando fazemos, pois alguns que leêm esse texto podem nunca terem praticado algo desse tipo .... será que com isso estou mesmo me preocupando com alguém? Ou será que estou apenas dando uma anestesia na minha própria consciência? Qual é a minha real preocupação com o ser humano? Estou preocupado em ajudar as pessoas ou estar inserido em algum projeto social? Porque - na minha singela opnião - são coisas diferentes. Projeto social é algo importante, sem dúvida, mas ele só acrescenta a quem o pratica quando ele te leva a se envolver com os seres humanos que são amparados por esses projetos. Sabe por que digo isso? Porque notei que a maioria daquelas pessoas buscam - num primeiro momento - alguém para conversar, para contarem suas histórias de vida. É claro que também precisam de algo mais, como comida ou um lugar para dormir, mas pude sentir que o que buscam em cada um que passa por ali, é alguém com quem possam contar um pouco de suas histórias e se lembrarem de quando eram alguém perante a sociedade.
Você pratica algum projeto social? Responda agora: De quantas pessoas - que fazem parte desse projeto social - você conhece a história de vida? O que fez para que suas vidas fossem transformadas? Difícil não é? Sim, claro! Eu me fiz essa pergunta e percebi o quanto me falta quando o assunto é a preocupação com o próximo. O fato é que fazemos muito pouco, e ainda achamos que fazemos muito. E o pior, quando nos perguntamos isso, as respostas são sempre parecidas - "..Não dá para ajudar todo mundo..." ou então "...eu faço o que eu posso..." .. e tantas outras desculpas que já conhecemos.
Nos deparamos com as mais cruéis situações nas ruas mas depois voltamos para nossas casas, quentinhas, aconchegantes; Nossa TV por assinatura; Nosso computador com Internet ... e tudo mais. Encarar essa realidade da maneira que encaramos é fácil, pois podemos apertar o botãozinho do "liga e desliga" a qualquer momento.
Outra coisa que sempre pensamos é "...mas eu trabalhei e trabalho duro para ter tudo isso" ....muito bem!Concordo! É mérito nosso, mas, por que em nenhum momento nos sentimos responsáveis por essas pessoas? Responsáveis no sentido .."Se eu tenho mais,  meu desejo é repartir" ... Sabe aquela máxima: "Tudo o que temos neste mundo nos é emprestado. Um dia teremos que partir e devolver tudo"...Poizé...já que nos é "emprestado" e teremos mesmo que "devolver" tudo, por que não fazer isso enquanto estamos aqui, Para que possamos ver os frutos disso?

Bem...fiquei com esse sentimento e com esses pensamentos. O conceito de ser "bom" ou "mal" não é para ser discutido aqui, o que quis apenas é refletir se faço realmente TUDO O QUE POSSO para ver o meu próximo um pouco mais feliz.

Pense um pouco você também nisso. Mas enquanto pensa, não fique tentando arrumar "muletas" ou justificativas. Apenas pense. No seu íntimo, se você sentir que PODE FAZER MAIS, já valeu a leitura desse longo texto.

Que Deus o Abençoe!

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